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Não, eu não quero um amor! (não ainda...)



Como eu disse definitivamente eu não quero um amor, ah não mesmo (não ainda)... Eu quero muita coisa antes do amor (e talvez) esse seja o meu erro, mas não vou desistir, não até encontrar!




Quero primeiro olhar nos olhos, conversar, me encantar e rir...

Me sentir envergonhada, chegar bem de mansinho, perder a timidez e, e... Ah não... E voltar a estaca zero (ahhh... Porque eu vou ter vergonha nessa hora), então tentar de novo - olhar, rir - e dessa vez conversar. Ah! E que conversa...


Trocar sorrisos (como se fosse uma maratona de quem ri mais), compartilhar histórias, viver momentos... Flertar, ah!! Sim, isso mesmo flertar!

Um, dois, três (talvez quatro) encontros ou passeios, momentos ao ar livre, cinema compartilhado... E então o passear de mãos dadas, ah sim!



Passear de mãos dadas...

Nesse estágio é algo tão gostoso, o toque, a sensação dos dedos ENTRELAÇADOS...



E claro, o BEIJO!



E depois tem o apresentar aos amigos, claro, os amigos fazem parte das nossas vidas, nada melhor que compartilhar então bons momentos, acontecimentos e claro, pessoas que aos poucos estão se tornando especiais.



Fazer as malas, viajar juntas... Pegar estrada, conhecer uma praia, castelinhos na areia da areia... Escrever meu nome e o dela. Nosso nome juntos.



Um revigorante banho de cachoeira, sem esquecer (é claro) de deitar na grama, admirar as estrelas e tentar ver animais nas nuvens, os risos serão intermináveis, as histórias também...


Quero dar a chave da minha casa para ela vir quando sentir vontade... Convida-la para jantar e fazer um jantar à luz de velas. E num dia de sol, almoçar na piscina.

Apresentar para a família, levar ela para conhecer minha avó, meus sobrinhos... E ser apresentada a família dela, conhecer minha sogra e cunhadas (os) (será?).

Rir muito e conversar mais ainda... Fazer planos, realizar sonhos. Flertar pelos risos, troca de olhares e mãos dadas... Sim, é isso o que eu quero!!




E só então, depois de tudo isso... Chamar de amor. Para que ela seja verdadeiramente o meu AMOR. Porque eu tenho certeza, depois de tudo isso (tantas histórias vividas e risos compartilhados) assim como eu a terei cativado, ela vai ter feito o mesmo comigo e, então seremos única uma para a outra em milhões e milhões de estrelas. E ela, conhecerá meus passos e saberá sempre quando estou chegando.




Mas eu acho que é isso tudo é exatamente o que as pessoas NÃO querem. No meu ponto de vista, já querem pular para a parte do amor, sem passar por nada disso antes. Se um dia encontrar, vou fazer funcionar (e vai dar certo!)




~ Lya Campozano

Sobre alguma coisa (o que?!)... Mudanças!!

Alguma mulher que goste de poesias, livros e troque qualquer balada por um teatro, cinema ou ainda uma agradável conversa no café!?



Alguém que não queira conquistar / nem (tampouco) ser conquistada, mas que ainda preze a boa e velha conversa, o flerte, os risos envergonhados, a troca de olhares, e...!?

Alguém que tenha mais livros do que roupas, que prefira muito mais receber os amigos em casa, viajar juntas e não gastar apenas com bebidas e cigarros!?

E principalmente, que não troque o verdadeiro 'bom dia' pelo falso 'eu te amo'!?

(...)

Alguém que não te chame de gostosa, mas sim linda... Não que outro não seja bom ouvir, mas também, não é o principal, para tudo tem a hora (local e momento) certo.


________________________________________

Acho que sou dos tempos antigos... Ou de um tempo que (parece que) não volta mais... ~ Eu ainda:
"deito na grama, corro na chuva, admiro a lua e as estrelas, sonho acordada e acordo sonhando, e sim, ainda vejo bichinhos (e formas) nas nuvens deitada na grama. Eu prefiro viajar a gastar o dinheiro com festas e bebedeiras, prefiro ainda o bom e velho flerte, aquela troca gostosa de olhar... Sou de um tempo em que namoros não vinham do dia para a noite, mas também não terminam de uma hora pra outra".


(...) 


E se alguém, ler até aqui e, mesmo assim (ainda) quiser conversar, me chame...



Beijos. ;)




Éh!! A vida muda... E muda mesmo!!

Depois de um tempo você percebe que tudo muda, as coisas ao seu redor mudaram e você não se eu conta.

Lembro quando eu me apaixonei por você, eram flores e risos...


Eu chegava em casa e você me esperava com um sorriso nos lábios, queria saber como tinha sido o meu dia e como eu tinha resolvido aquele problema do dia anterior que tinha me deixado com dor de cabeça. E eu contava para você, eu ria muitas vezes das caretas que você fazia quando algo estranho tinha acontecido.

E depois, de nossa conversa, eu falava e você também... Eu ia tomar meu banho, relaxar um pouco o corpo. Algumas vezes você entrava comigo e ficávamos lá, as vezes conversando, rindo, outras vezes uma fazendo massagem na outra e ainda é claro, às vezes como qualquer casal, fazíamos amor. Esquecíamos a hora ali nós duas daquela forma.

Os dias marcados pelos compromissos, mas as noites, eram nossas, só eu e você...

Mas as coisas mudam, né!?

(...)

Eu menti para muitos quando disse que não tinha reparado em você. Porque no momento em que você sorriu (claro que não foi para mim, não nos conhecíamos), mas no momento exato em que você sorriu, eu me apaixonei... Mas eu sabia é claro, você era a mais 'requisitada', todas queriam que você fosse nas festas, todas queriam a sua companhia, todas queriam um mínimo segundo de sua atenção.

E você, por ser 'popular', amiga, carismática geralmente aceitava aos convites...

E foi no meio de tudo isso que um dia, em ma festa (eu iria dizer qualquer, mas nunca foi qualquer), em uma destas festas que eu a vi pela primeira vez. Sabia que você era amiga de uma amiga e estava ali porque a dona da festa tinha lhe convidado, como eu também sabia (porque minha amiga havia dito) que a dona da festa estava investindo em (como ela mesma disse) "uma relação sólida e duradoura com você".

Engraçado como são as pessoas, não é?! Eu nunca imaginei que ali, naquele lugar, naquela festa, eu encontraria a pessoa que me deixaria completa e indubitavelmente apaixonada. Mas você estava lá...

No fim da noite, tínhamos trocado algumas poucas palavras, estávamos na mesma mesa (a da aniversariante, risos "irônico não?!"). Não falamos diretamente eu e você em nenhum momento naquela noite, o que fez com que algumas das pessoas presente naquela festa, durante um longo tempo mexessem conosco, por termos ficado juntas.

(...)

Foi em um encontro casual, nada programado. Um dia cansativo, exaustivo na verdade... Muita coisa para fazer, pouco tempo para entregar, foi tudo muito puxado, como diz o pessoal 'arrancou nosso couro', mas felizmente, depois de longos 25 dias, conseguimos entregar o produto e com tudo pronto, todo mundo feliz, só restava a todos uma saidinha básica para comemorar.

Ali, rindo e conversando com o pessoal do serviço, uns tirando sarro dos outros eu a vi, como sempre a via nas festas, sozinha em um canto, mas desta vez, você estava lendo, pela distância e as pessoas a minha frente, eu não conseguia ver o nome do autor. Soube depois, mais tarde naquele mesmo dia que era Caio Fernando de Abreu.

A conversa se tornou automática, eu não conseguia me desligar daquele canto em que você estava, presa em seu próprio mundo. Sem se importar com as pessoas ao seu redor, sem se importar com o barulho, gritarias... Você estava em um mundo (parecia) impossível de alcançar.

Com todos indo embora, se despedindo para iniciarem um longo e merecido feirado prolongado, fomos nos despedindo, parte da equipe organizaram uma viagem para um lugar quente, outros iam aproveitar a neve para esportes radicais, uma semana antes, no trabalho, rodaram varias listas de possíveis roteiros em grupo, muitos saíram juntos, poucos levariam esposas / maridos. De todas as listas, não quis assinar meu nome em nenhuma delas, estava mais querendo descansar mesmo, sem agitos, sem festas, sem bagunça... Até mesmo as meninas haviam programado uma festa no feriado, mas eu recusei o convite dizendo que desta vez ficaria na cidade.

Todos foram embora, cada um para seus devidos programas e eu fiquei ali, observando-a de longe, não sei se eu olhar fez com que você percebesse (ou sentisse) o fato é que você ergueu os olhos e me viu... E sorriu (novamente) eu ainda não sabia (ou sabia e não queria aceitar), mas eu estava realmente apaixonada por você.

Alguns minutos depois, você se sentava na mesma em que eu estava, eu havia pedido uma bebida quente, o frio naqueles dias estava quase insuportável. Você chegou perto e sorriu perguntando se podia se sentar comigo. Acho que eu fiz aquela cara de abobada e respondi que sim...

É literalmente as coisas mudam mesmo...

(...)

Hoje, pensando bem, acho que eu não teria ido até sua mesa, não teria levantado dali e consequentemente não teria vivido tudo o que vivi ao teu lado. (ou teria) Será que teríamos outra (s) oportunidade (s) de nos encontrarmos?

Quem pergunta: "Mas como foi? ... Como aconteceu?" eu costumo responder que naquela noite teu sorriso me fez companhia, que eu esqueci até o frio... Conversamos sobre muitas coisas, inclusive sobre as festas, as amigas em comum que tínhamos. Até sobre especialidades culinárias nós conversamos e foi nesse momento quando eu disse:

- Vou fazer lasanha de berinjela (sim, eu adoro o prato). Você disse:
- Adoro lasanha ainda mais de berinjela.

É claro que fiz o convite para que fosse almoçar comigo, disse onde morava mas não levei muito à sério que você iria, acho que fiz o convite por educação mesmo (claro que eu queria que você fosse).

No final da noite, quando nos despedimos, em um pedaço de guardanapo eu anotei meu telefone e disse:

- Se quiser provar a lasanha de berinjela venha a minha casa por volta das 12hs. Dei beijo em teu rosto e sai.

(...)

Lembro do dia seguinte, eu na cozinha preparando o prato, tinha ate me esquecido de que tinha feito o convite para você, acho que para não me decepcionar ou algo do tipo. Por volta das 11hs, meu telefone tocou um número desconhecido, atendi logo no segundo toque e ouvi tua voz do outro lado.

- O convite ainda está de pé? Você disse a região que mora, mas não passou o endereço, então eu não sabia se era ou não verdade!
- Não, está sim... (foi meio que gaguejando que eu respondi).

Passei o endereço, subi correndo para tomar banho (ficar mais apresentável), voltei para a cozinha e o prato sairia no horário previsto. Não demorou muito para que você chegasse após a ligação, abri o portão e sorte que pode deixar o carro na garagem pois estava uma chuva forte (ainda bem que a casa tinha duas vagas na garagem, foi tudo o que pensei).

É realmente, as coisas mudaram... E muito!!

(...)

O texto ficaria gigante se eu contasse como foi aquele dia, mas me lembro de cada detalhe... Lembro de você ajudando na cozinha lembro do vinho que bebemos, o filme. E o principal, o seu sorriso quando me olhava.


(...)

Pareceu certo, tão certo quanto 'arroz e feijão' nós ficarmos juntas. As pessoas estranharam, mas com o tempo, passaram a nos ver como um casal. Você me fazia bem então eu só retribuía o bem que tu me fazia de volta à você.

Não tinha briga, resolvíamos tudo com conversa... Sentávamos e conversávamos.

Dois anos depois (o tempo passou como se eu tivesse estalado os dedos), mas eu me lembrava (e me lembro de cada segundo bom que tive ao teu lado naqueles dois anos)... E foi em uma conversa que resolvemos nosso futuro. Você recebeu uma proposta melhor, teria que se mudar, não era longe, mas não mais poderia morar onde estava, se aceitasse a proposta teria que mudar de cidade.

Você chegou e disse, eu apenas ouvi... Eu percebi, você estava dividida entre aceitar ou não, queria ir mas não queria terminar. E sabia que eu não poderia ir, tinha um emprego bom e estável. Eu já tinha minha casa. Mas eu percebi como aquilo era importante para você... Deixei que falasse.

- Amor emprego tem onde a pessoa estiver bem e feliz. E você me faz as duas coisas, você me faz bem e feliz, aqui você sempre vai pensar "e se eu tivesse ido...", e eu sempre vou pensar "e se nós estivéssemos ido". A questão agora é: "vamos juntas ou você vai antes, eu vou depois?".

Casa nova, emprego novo, vida nova... Tivemos a despedida, as amigas disseram para voltarmos para visitá-las, o pessoal do meu antigo emprego fez uma festa surpresa no último dia. Estávamos bem, fomos morar juntas (o que não seria nenhuma novidade) tendo em vista que no último ano, passávamos as noites alternadas ora na minha casa, ora na sua. E agora, a casa era uma só e nossa.

E as coisas mudaram... E nós acompanhamos a mudança daquela vez.

(...)

E agora, eu me pego pensando, qual foi a parte que a vida mudou tanto que eu não percebi?!

(...)

Recapitulando, nós nos mudamos, nossa casa. Uma noite você chegou eufórica dizendo que tudo estava melhor que o planejado. Você insistiu para comermos fora, mas eu não queria sair, não aquela noite. Minha cabeça estava doendo. E você resolveu fazer janta naquela noite. Eu prontamente fui te ajudar, mesmo você dizendo para que eu ficasse no sofá para que a dor passasse.

Enquanto eu estava ralando a cenoura e você cuidando a carne para não queimar que estava fritando, você me olhou e disse:

- Quer se casar comigo?

Foi algo tão repentino, eu cortei o dedo... Rimos nós duas depois daquela cena.

E casamos, tivemos o casamento como havíamos planejado / sonhado! Foi lindo...

E mais mudanças... E novamente, juntas nós acompanhamos as mudanças...

(...)

Me pego pensando em tudo o que aconteceu, o tempo que passou, se de alguma forma em algum ponto, fizemos alguma escolha errada, se teve algum ponto que erramos...

Acordada aqui, esta hora da noite... Me pego pensando no "sim", nos teus risos e na 'nossa história que aconteceu'... O álbum de fotos cheio das nossas histórias.

(...)

Literalmente, o mundo muda... As coisas mudam, as pessoas então, nem se fala mudam muito!!

No início éramos nós duas, só nós duas e eu resolvi engravidar. Todo o apoio que você me deu, nossa família se multiplicava... E ele veio para encher a casa com o riso solto, os gritinhos no meio do dia, seus primeiros passos. E quando ele chorava, as duas (NÓS DUAS) chorávamos juntas.

Ele já sabia andar / na verdade ele corria muito... E o vocabulário era extenso para uma criança de três anos. E foi quando ele pediu um irmãozinho. Ele disse que queria um bebê em casa, que ele via os amiguinhos dele que eram irmãos mais velhos e ele queria ser um também.

Desta vez, foi você quem engravidou... E maior foi a surpresa, três bebês... Como assim, TRÊS BEBÊS!!

Contamos para o nosso homenzinho e ele ficou todo faceiro e se achando o super irmão mais velho) porque teria três menininhas, mas não foi bem assim... E tivemos dois meninos e uma menina, lindos todos. Mas ela, ah nossa menininha... A mais manhosa (se parecia muito com você, claro).

Tivemos que nos mudar, as crianças cresciam e nossa pequena ainda dividia o quarto com os irmãos. Com uma casa maior (e mais uma mudança), nossa menina ganhou um quarto só para ela. E como tinha uma diferença de idade entre os meninos, o mais velho continuou sozinho e outros dois dividiram o mesmo quarto...

(...)

Agora eu penso, como foi que cheguei aqui, nesse momento de estar acordada sozinha neste horário da noite?!

(...)

Será que... Se eu mudaria alguma coisa?

(...)

Ah! Lembrei... Não, não mudaria e como cheguei aqui? Viagem de trabalho tem dessas coisas, você se separa da família, mas volta... E três dias, já são mais do que o suficiente.

Espere que logo, logo estou em casa! Meus filhos, minha linda e amada esposa... Agora, preciso ir, o avião que me levará para casa, para junto de vocês está para chegar e não quero correr sequer o risco de perde-lo.

(...)

~ E essa é a história da minha vida...
Meu coração é dividido e vive em seis partes diferentes!



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Mas, aí né!...

Você simplesmente acorda e pensa: "Cadê o avião?"

Olha para o dedo anelar e grita: "Cadê a P#%¢£&  da aliança que estava bem aqui?? Nesse dedo!!"





(...)





(...)

Ah! Foi tudo um sonho... (só mais um sonho!)

Aniversário... Mais um?!

Às vezes, eu odeio a tecnologia. E claro, como aquelas pessoas com dupla personalidade, às vezes eu a amo...
Escrevi um texto, não sei se bom ou ruim, mas estava "quase" no final... Celular deu pit e não salvou a postagem e to começando de novo... Do zero!!

...

E mais um ano chegou (ou PASSOU) tudo depende do óculos que vê (o ponto de vista ou a vista de um ponto?)...

A  vida de uma pessoa, em geral é marcada por alguns momentos bons, outros nem tanto... Alguns momentos ótimos e outros MELHORES AINDA, algumas indecisões, medos (talvez não), decepções?! Mas o principal é o amo...

NÃO!!

O principal é ser feliz... Fernando Anitelli e sua trupe conhecida como "O Teatro Mágico" me ensina cada coisa com suas letras incríveis e ainda embala minhas valsas solitárias na sacada alta (e gelada) com suas melodias maravilhosas. E algo que me lembro bem foi quando (em uma belíssima canção) ele disse: "É simples ser feliz!"...

E eu concordo!! É simples mesmo (pelo menos pra mim é). Em outra canção ele disse: " E o poeta riu de todos... E por alguns momentos foi feliz!"

Não que eu seja poeta, mas sigo bem estes "conselhos" na vida, em MINHA vida, pois se tem algo que eu realmente prezo... É isso, ser feliz! E por isso digo, "a simplicidade me atrai, sou feliz pois a tenho comigo, lado-a-lado."...

Sabe aquele sensação da chuva batendo no rosto, aqueles pingos lavando a alma?! Isso me faz feliz!! E o cheiro... Ah! Aquele cheiro de chuva na areia, me remete a minha doce infância e me faz feliz... A grama nos pés, um passeio pelo lago, piquenique no meio da tarde... São coisas tão simples, mas que na correria do dia perderam seu valor (para muitas pessoas) não pra mim, ainda bem que NÃO PRA MIM!!

Martha Medeiros disse certa vez:

"Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos, um filme mais ou menos ,um livro mais ou menos. 
Tudo perda de tempo. 
Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoração ou seu desprezo. 
O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia."

E tenho que dizer, concordo com ela. Esse negócio de morno, pode até satisfazer alguns, mas não a mim. Comigo as coisas são intensas... Se é pra sentir que sinta na pele, e "se vamos todos ter rugas, que seja então de tanto SORRIR!"

Agradeço a Deus pela família que tenho, por todo carinho partilhado, pelas conquistas acompanhadas e o amor que simplesmente é/foi dado.

Agradeço também pelos meus amigos! Sou rica, pois sei que tenho pessoas que eu posso contar... Essas pessoas que me apoiaram e sofreram comigo, que choraram e riram MUITO. Amigos que me ergueram, me apoiaram e... Que me ouviram!!

Agradeço a Deus por te-los em minha vida, não vou citar nomes... Isso aqui ia virar um livro de nomes de A - Z, mas elas e eles... Eles e elas todos sabem, todos sentem meu carinho, meu amor e minha gratidão pelos risos, momentos e algumas lágrimas partilhadas.

Não sou perfeita... Desculpe quem esperava isso de mim. Errei muito, mas meu principal erro foi viver vidas que não eram minha vida... Vidas que outros queriam ou desejavam para mim, meu pior erro foi me excluir da minha própria vida e ser alguém que eu mesma não sei quem era.

Nunca quis e continuo sem querer ser perfeita, mas o principal de tudo, sou feliz... Talvez seja talento, talvez seja minha palhaçada ou a falta dela... Mas o fato é que sempre trago risos por onde quer que eu vá. E no meu caminho, vou acumulando o melhor... AMIGOS!!

Números... As pessoas grandes necessitam de números para acreditar (aprendi isso com meu livro de cabeceira), não sei porque é tão importante "Qual ano você nasceu? ... Quantos anos tem?"

Na minha opinião, a idade não deveria ser medida pelo tempo que saiu da barriga rosado e chorando até o dia do Ad...
A idade deveria ser medida pelas conquistas e fracassos, por quantas pessoas você ajudou durante esse tempo e por quanto tempo você permitiu de VERDADE ser você mesmo!

Desde que me permiti isso... Não aceito mais viver vidas de outros, vida que alguém gostaria que eu vivesse. Vivo a minha e já me basta para ser feliz!

E que venham MAIS, muitos mais anos... Ainda tenho muitos risos para partilhar com meus amigos.

Um tempo atrás (não tanto tempo quanto a frase, rs), conheci uma pessoa. A primeira impressão era de seria uma pessoa bacana, que iriamos nos dar bem e, de repente... Ela disse:

"- Sabe aquelas pessoas positivas demais, que riem de tudo, que estão sempre felizes?! Não tenho paciência para este tipo de pessoa!
- Você me descreveu nessa frase"...

Ela pensou, pensou e disse:
"- Mas a vida não é assim, só momentos bons e os choros e as lágrimas e as perdas?"
"- A vida é feita de uma balança, ora você está bem, ora não... Mas de todas as experiências vividas você deve tirar o melhor proveito. Você deve sempre aprender com os erros e o principal, você deve fazer aquilo que traga brilho ao seu olhar e um sorriso bobo aos seus lábios, isso COM CERTEZA será o certo e você viverá feliz... Pois são estes momentos que nos fazem ser quem somos!"

Bom, realmente ela não aguentou o positivismo. O riso...

Cá estou eu, beirando os... Quanto é mesmo o número?! Ahhh!!!

Quer saber, que as pessoas grandes façam a conta... Eu vou ali fora RIR, VIVER E O MAIS IMPORTANTE SER FELIZ!!

;)

Mais uma (s) "dessa vez" do PR...

Quem me conhece (ou acompanha) a Lagoa, leu um texto  no qual expressei todo meu DESAMOR por SP
A cidade era isso ou aquilo, tinha a "tal" da poluição por onde quer que olhasse, aquelas buzinas, metrô, lotação, trem... E um monte de outras coisas que podem ser lidas no texto:

"Mais uma (s) de SP..." (no qual, até hoje eu não entendo o porque desse "(s)" no título sendo que foi a primeira postagem a falar sobre a cidade.... Vai entender a cabeça de quem escreveu este texto... Oops, a cabeça foi a minha, vai entender minha cabeça. E só para manter o "padrão" este título também terá o "(s)"). :P


Mas falando, hoje já faz dois anos que saí de SP e nesses dois anos, muitas viagens e muita coisa aconteceu... Se sinto falta de lá?! Sim, muita falta... Se era realmente verdade que eu não gostava de SP. Não, isso é a mais pura MeNtiRa!! ahaahhaa... Mas este texto, não é para falar de SP e sim de meu novo endereço, minha mais nova (nem tão nova assim, afinal já fazem: 365 dias; ou 52 semanas e 1 dia; ou apenas 1 ano!).


O que afinal vim fazer aqui??
Esta foi a pergunta que mais ouvi nesses 365 dias (vou tratá-lo assim, pois, parece tão mais tempo falar 365 dias em relação à 1 ano).

E as respostas variam de acordo com o humor (ou tempo), ou ainda com o local (pessoa).
(vamos citá-las):

* Vim sentir (conhecer) o frio de verdade;
* Vim estudar / Trabalhar (tentar uma vida diferente em outra cidade);
* Vim porque gosto de viajar e queria conhecer o Sul do Brasil;
* Vim porque deu vontade de fazer as malas (sem olhar para trás) e vir;
* Vim porque aqui tinha o curso específico que eu quero / queria fazer;
* Vim porque é uma cidade grande e eu gosto de cidades grandes;
* Vim porque todos falavam: "É a Europa do Brasil" e eu como viajante nata queria conhecer esta "Europa Brasileira!"
* Vim porque diziam que era (é "será mesmo?!") a cidade mais limpa do País;
* Vim porque é uma as cidades (dizem) que tem o melhor custo benefício;
* Vim porque li no jornal (ou assisti / ouvi) que aqui tinha melhores oportunidades de emprego;
* Vim porque é perto da Praia e de outros lugares que ainda quero conhecer;
* Vim porque era Destino eu estar em Curitiba no ano de 2013;

* MAS, o importante de tudo: - Vim porque eu simplesmente queria vir. Eu queria conhecer a cidade, queria sentir o frio da capital mais fria do Brasil, queria ser diferente dos que planejam e não conseguem cumprir. Vim porque decidi um dia que sentiria pela vida o gosto da liberdade e de braços abertos e sorrisos no rosto eu sairia para conhecer / amar pessoas, novas culturas, novos estilos, novos e sempre novos... Mantendo os velhos (antigos / passado) sempre aqui comigo no coração.


Lembro como se fosse ontem (ou hoje, tanto faz), a sensação de entusiasmo, de medo (sim, tinha medo daqui), não foi a mesma sensação quando estava chegando em SP (aquela foi a primeira viagem para longe, para morar, as outras tinham sido apenas passeios rápidos e não muito longes, mas ao chegar naquela imensa rodoviária, onde eu não sabia para qual lado ir e o que fazer, foi extremamente angustiante), aqui foi diferente... Foi uma sensação de... "de que mesmo é aquela sensação?"...

O avião começou a taxiar na pista, minhas expectativas eram muitas, eu não sabia o que encontraria (como ou quem), mas sabia de uma coisa, estava feliz. Sorria e as estrelas, sorriam de volta.
Estranho pensar assim, mas quando saí da minha cidade (aquela menina "sim, eu era uma menina", 23 anos na mala (ou nas costas) e sonhos "muitos SONHOS", uma menina que não sabia o certo do errado, que ainda não tinha chorado o suficiente, "tá eu chorei, bastante... Mas não me sentia assim na época", uma menina que achava que precisava de outros / outras para ser feliz, uma menina que ainda acreditava em contos de fadas e achava que a vida era um. Alguém que não comia isso ou aquilo "porque não era isso ou aquilo", rss.) eu dizia o seguinte: "Vou para onde eu for, quando tudo estiver certo, quando eu conquistar tudo o que quero vou voltar. Aqui é meu lar, Campo Grande é minha casa. E no final de tudo é para cá que voltarei!".

Era essa a minha fala. (mas não foi bem assim).

Hoje eu vejo, com outros olhos e mais idades nas costas (ou na mala) que não foi bem assim... Quando fui para SP eu estava FUGINDO. Sim, exatamente isso. Fugindo de mim mesma, fugindo dos problemas, fugindo das coisas horríveis que ali tinham acontecido e que eu tola, tinha deixado guardado durante anos, ali só ferindo e machucando. Fugindo das pessoas ruins (como se em todo o lugar não houvesse pessoas ruins), eu estava fugindo, queria esquecer e achava que se parasse de pensar no assunto, talvez eu esquecesse, talvez... Talvez, eu esquecesse de um tal forma que pensasse que aquilo era / foi mentira, que não aconteceu... Mas aconteceu! E as coisas em mim (e para mim) só mudaram depois que eu DESABAFEI(aqui mesmo na Lagoa, basta clicar no link), me abri, contei e... Chorei. Por pensar que teria esquecido, por pensar que nunca existiu, mas aquelas lágrimas me fizeram forte, me fizeram MULHER. Hoje, lembro da menina que fui, dos sonhos que tinha e NÃO, jamais abandonaria meus sonhos!! Eu corro atrás para conquistá-los, subo e desço, onde que que eu vá é em busca de realização dos meus sonhos... Aquela menina que um dia fui, está aqui dentro, não a deixei morrer, a menina e a mulher hoje é uma só e por isso, tenho certeza de que estou / sou FELIZ!


Ao chegar aqui, um sentimento de "cheguei em casa" tomou conta de todo meu ser. Como se eu tivesse andado o mundo (que na verdade foram só alguns Estados do Brasil) buscando por este sentimento. Encontrei aqui meu NOVO lar... Se é temporário, eu não sei, se vai ser para sempre... Eu também não sei... Só sei que enquanto estou por aqui, estou curtindo ao máximo o que posso e fazendo o que mais gosto: "Conhecendo culturas, fazendo amigos e, simplesmente SORRINDO!".

Mas também para falar deste ANO, ou melhor destes 365 dias, tenho que voltar a fita (ainda na era da fita cassete, ahaha!). Lembro do desembarque, de tudo o que era dif... NORMAL, aeroportos são sempre iguais, a única coisa que difere são os nomes nas placas de informação (e localização) e a distância dos banheiros!!

Chegando no centro (da cidade mais limpa do Brasil) a primeira coisa que vi (fiquei pasma) foi um ser jogando uma latinha em um canteiro de flores bem na minha frente!!
E depois disso (talvez seja culpa do lugar escolhido), em volta do hotel tinham pessoas (sim, nunca imaginei isso, pois isso não era falado quando se falava da cidade nos Jornais, Revistas, Internet), SIM, PESSOAS dormindo no chão e no FRIO... Ah! Sim, o frio que eu tanto queria sentir, estava sentindo!!

No dia seguinte, fui no apartamento que eu tinha alugado (e pasmem "ou não", aluguei pelo Bom Negócio, e
diferente de muitos casos que ouvi (graças à Deus) deu tudo certo!). O apartamento era lindo e tinha uma vista incrível (que depois eu comecei a dizer: "Vista do meu apartamento no 3º andar").

O bairro em si é bem grande, no primeiro dia andei o dia inteiro, tentando me "situar" na nova vizinhança. Achei estranho (MUITO estranho) o fato de passar na rua, cumprimentar as pessoas e nada, nenhuma resposta. Mas continuei.
Arrumei um emprego (desses temporários, tanto para não ficar sem nada para fazer, como para conhecer). E foi ali que ouvi a primeira vez a pergunta: "- Mas o que você veio fazer em Curitiba?", e a responsável por esta pergunta é hoje minha amiga... Descobrimos muita coisa em comum (ou nem tanta assim), mas foi esses risos e o tempo que nos tornaram amigas! E assim a menina mais "louquinha" que conheço (no bom sentido, claro) na cidade é minha amiga... E aos poucos fomos nos tornando parceiras de risos e principalmente de finais de semana. Fazíamos várias coisas juntas, nos divertíamos sem igual... (até ela resolver voltar para a cidade onde os pais dela moram).



Não demorou muito (não sei se por qualificação ou persistência) e logo arrumei um emprego dos sonhos! Fazia o que eu gostava, o que estudei em vários cursos para saber / aprender, foi uma das melhores coisas que aconteceu... E ali, daquele ambiente, eu tirei (ou ela tirou de mim) mais uma AMIZADE. No princípio, não havia ninguém e depois já tinham duas... "Na verdade três (que eu pulei um para falar daqui a pouco)", amigas / amigo. Ela com o jeito carismático e de certa forma acolhedor. Fizemos uma amizade tão rápido quanto somar (2+2). Saímos, andamos, passeamos e depois (de volta) ao trabalho! Almoçávamos juntas... Era (não É) uma cumplicidade de verdade!!
E depois, vieram os pães de queijo... Ah! Que delícia!! :P (autênticos mineiros, não tinham como não ser bons). E eu conheci a família dela (que de certa forma ela dividiu comigo!), adorei (ADORO) cada momento que passamos juntas, os risos, as brincadeiras, as receitas e nossos jantares de finais de semana, pode ser pizza, pão de queijo, frango grelhado, qualquer coisa... Nós fazemos uma festa e todas (mãe/amiga, filhas/amigas e eu) SEMPRE se divertem.

E tem o amigo... De todas as horas!! Quando me mudei para o prédio era só eu. Alguns dias depois ele chegou. Mas não conversávamos... Até que um dia, começamos a conversar e rir e descobrimos coisas em comum... Ele é lá de cima, gosto dele porque me "ajuda" a corrigir as pessoas. Eu sou do Mato Grosso (ah! Do mesmo lugar da Lya, NÃO, ela é do MS (Mato Grosso do Sul) e eu do Mato Grosso... Mas é a mesma coisa! Não, não é a mesma coisa!). Nossa amizade é cômica, rimos um monte juntos (ou um do outro) e sem falar é claro, nos gostos em comum... ele também gosta do verdinho (não, não estou falando de maconha!), o Tereré (e pessoal do SUL é TererÉ " tem uma letra 'e' com acento AGUDO, o som é ABERTO: "éééééé"). Vizinhos de porta nós praticamente juntamos minha casa com a dele e fizemos juntos uma mesma cozinha, comida feita aqui é para ele e para mim, comida feita lá é ao contrário, ahaha, para mim e para ele!

Ah! E tem também os meus vizinhos... Os gringos, rss... Muito legais e super receptivos... Acho que essa cidade tem gente de todos os lugares... O que eu achava de mais estranho, na verdade era: ONDE ESTÃO OS CURITIBANOS?! Porque não consigo fazer amizades com eles? Meus amigos eram: Catarinense, Mineiras e Mato Grossense. Mas cadê o povo daqui?! Me perguntava e os via, porém eles eram SÃO muito fechados e pouco receptivos a amizade (era tudo o que eu pensava).

Depois de um tempo, você se acostuma... E eu acostumei a esse jeito meio 'chucro' deles... E então, veio a oportunidade de um sonho antigo... Tive dúvidas, pensei, re-pensei a escolha. Mas resolvi arriscar!! E como uma bela canção: "MILAGRES acontecem quando a gente vai a luta!".

E ACONTECEU!! ;) Eu estava em uma universidade pública FEDERAL. =D



E assim, estou na universidade! Estudando e fazendo novos amigos...
E pelos corredores da universidade andando ao lado de Nordestina, Baiano, Paranaenses, Paulistano e por fim UMA Curitibana, rss. Sextas marcadas por nossos desastrosos passeios... E risos, muitos risos!! E claro, estudos... E balas e chocolates e almoços no RU... Quantas histórias esse prédio não esconde... E na diversão com os amigos, o que conta são as risadas um do outro e todos de um! Adoro a companhia e a risada com eles!!

E claro, não poderia deixar de comentar o quão MARAVILHOSO, esplêndido e MÁGICO foi o show do "Teatro Mágico"... Conheci pessoas que partilham comigo o mesmo amor pela trupe! Pessoas que me fizeram rir e que as conversas serviram para conseguir aguentar a chegada da data! Foi meu terceiro / quinto show da trupe, mas este realmente vai ficar na memória!! As doze, (isso mesmo DOZE) horas de fila, aquele riso, alegria contagiante!! Simplesmente sem palavras para tanta emoção...

E depois disso tudo, depois de 365 dias estou começando (veja bem, COMEÇANDO) depois de um ano a perder aquela impressão que eu tinha das pessoas daqui. Ainda vai demorar um pouco, mas acredito que eles não são tão ruins assim como eu achei que era. E um ano depois de ter pisado aqui pela primeira vez, tenho certeza de uma coisa: "Estou FELIZ! Estou no lugar certo, no momento PERFEITO!"... Então: "Vam'bora lá curtir!".


Ah! Sim... Faltou uma coisa:
Quanto ao frio?? ... Bom, ano passado foi tanto frio que chegou a nevar, se senti TOOOODO aquele frio?! Sim, com certeza!! E na faculdade a professora disse: "Agora entendi o porque da touca e do casaco!"... =D
Este ano?! O frio ainda não começou (não de VERDADE), mas estou AMANDO cada dia que passa este ventinho gelado! Minha opinião:


"A cidade é linda! As pessoas são fechadas e o frio... Ah! O frio a gente sente, se espreguiça e continua fazendo as coisas!!"




FIM?! ...
Nãooo, ainda tem muita, MUITA história para rolar!! Vamos lá VIVER... E que venham muitos e MUITOS mais: 365 dias!

ps. E sem falar nos novos AMIGOS que a cada dia estou conhecendo... 
- Corre... Corre... Corre... É o nosso bus. (meia hora depois):
- Mas onde estamos?!
- Ah! Não acredito!!! Você fez eu correr a toa, meu celular caio no chão, na poça d'água e pra pegar o bus errado! Nunca mais acredito em você, rss...
Depois teve a pizza, com a amiga e a criança linda... E o jogo de RPG (adorei)...

Acho que já disse que estou APAIXONADA pela cidade?! Se não disse ainda, vou dizer: "- Curitiba! Estou apaixonada por você!". E por falar em novos amigos: "Amanhã vamos comemorar com vinho?!" ;)

ps². Adorei aquela criança que não fala com ninguém (pelo menos foi isso o que os pais disseram) e me ACORDOU com um abraço e um beijo no rosto!!


E, dois pontos (finais) para então encerrar:
- SAUDADES, sempre sinto da família, dos meus meninos (meus sobrinhos lindos e o Guili, sim, aquele que ganhou um texto como presente de aniversário). E eles, não estão longe!! Eles estão sempre comigo, no CORAÇÃO.

- Minha tattoo:


>> Que no fundo é simples ser feliz; Difícil mesmo é ser tão simples assim.
O Teatro Mágico.

"Engraçado ser na mesma data que no ano anterior..."

Desta vez, "roubando" uma fala da srtª Potts (a Pepper do filme Iron Man), fala de quando o milionário (e gênio) Tony Stark diz: "Mas de novo seu aniversário?"

Mas é engraçado mesmo, que mesmo sendo todos os anos na mesma data, tem pessoas que não lembram. E outras (talvez próximas) depois digam: "desculpe eu esqueci um dia mas feliz aniversário!". O mais engraçado, não essas pessoas, e sim, aquelas que passam o ano todo te ignorando, fingindo que você é um 'nada', mas que no dia da FESTA vem todo sorridente e te dá um abraço dizendo: "Feliz Aniversário!".

Não, eu simplesmente não aceito 'esses' parabéns... Sou mais chata do que muita gente acha que realmente sou. Mas algumas pessoas (algumas POUCAS pessoas) me acham legal e gostam de mim... E por essas poucas MAS RARAS pessoas eu faço de tudo, inclusive parecer legal (ou melhor, SER legal). Vivemos em um mundo tecnológico isso não é novidade para ninguém, nossa vida é quase um 'reality show'

Hoje, nesse mundo atual, onde a tecnologia impera, nosso aniversário é lembrado nas redes sociais que participamos, nos fóruns e em vários outros acessos tecnológicos. As pessoas (em geral) costumam lembrar que é seu aniversário pois tem uma "notificação" que diz 'hoje é aniversário de fulano' (nesse caso, a "fulana" sou eu).

Às vezes, vejo-me pensando em como foi meu passado. Minhas conquistas, minhas derrotas. Lembro de cada sorriso, cada motivo por qual sorri, lembro dos 'tombos' da infância e das brigas na adolescência (não que eu tenha sido a 'garota problema', mas tive algumas brigas, principalmente com o irmão mais novo, mas, quem nunca brigou com o irmão mais novo que atire a primeira pedra!)

Ok, okay... Cansei de ser apedrejada.

Mas a verdade toda... (comecei a escrever o texto, não consegui terminar e a postagem automática mandou ele para "o ar"... Literalmente perdi o ponto de raciocínio e não valia a pena tentar / continuar)...

O LAGO DOS JACARÉS

(conhecido pelo mundo por: Reserva Extrativista do LAGO DO CUNIÃ)



Apesar dos insistentes convites mensais para eu ir com ela e conhecer o Lago, nunca me apeteceu, não de verdade... E enfrentar um lago cheio de jacarés? E ficar no meio do mato por QUINZE LONGOS dias? Amizades a parte, mas... Eu não queria isso não. Mas aí, você está acostumada a ter com quem conversar, ter com quem brincar... E falar em viagem, já não parece mais TÃO ruim. Claro, eu não precisaria ficar QUINZE dias, mas se eu fosse no final de semana, poderia voltar em dois / três dias, não sabia ao certo (ainda). Mas decidi: "amanhã, vou lá no porto e ver quanto é a passagem e como faço para ir (e principalmente) voltar!"

No dia seguinte, acordei com leves dores de cabeça, mas eu pensei: “Não, essa dor é medo!” E mesmo sentindo aquelas pontadas de dores saí... E não só saí para pagar as contas como havia pensado em fazer, mas saí também e fui ao Cai n'água, minha primeira experiência em um porto.

Uma confusão tamanha, pessoas perguntando a todo canto: “Vai para Manaus? Passagem aqui.” Eu dizia: “Não, vou para o Lago do Cuniã.” Então, homens e mulheres me deixavam passar até que um disse: “Procure pelos Caçotes lá no porto.” E eu fiquei pensando: “Caxote? O que vou querer com um Caxote?”.

Bem, eu desci e andei mais um pouco e de repente eu vi o porto, ou melhor, conhecido como Cai n'água; Tinha uma ponte grande, ponte esta que balançava, pois foi feita em cima das águas, por isso, eu vim a descobrir o porquê de “Posto Flutuante”.


Uma primeira etapa vencida por mim foi o medo, sim eu fiquei com medo de andar na ponte, fiquei com tanto medo que pensei em desistir... Mas no instante em que estava desistindo um caminhão entrou na ponte e atravessou sem problema algum, pensei: “Se um caminhão vai, eu também vou”. É claro que eu fui, mas olhando o tempo todo para as colunas de ferro se nada estava errado, se não corria o risco de desabar...

E no porto tinha barcos... Muitos barcos, feios, sujos, limpos, fedidos, grandes, pequenos, brancos, azuis; gente, muita gente, correndo, andando; crianças brincando; homens descarregando (para dentro e fora dos barcos) e barulho, alto e forte e enjoativo. Perguntei a primeira pessoa que eu vi como eu faria para ir para o Lago do Cuniã, ele disse entra aqui e fala com a Rose. Tá, entrar no barco foi fácil (MENTIRA) eu fiquei protelando minha entrada, eu tinha que pular do porto para dentro do barco e mesmo sendo perto fiquei com medo de escorregar e cair dentro do rio...

Depois de um tempo que não sei quanto tempo foi eu entrei no barco e fui falar com a Rose, mas ela me deu uma informação que eu só não desisti de ir ali naquela hora porque ela disse que o outro barco menor ali do lado entrava no lago. Minha conversa com a tal Rose:

- Bom dia, que horas sai esse barco?
- Amanhã às seis horas da tarde.
- E quanto é para descer o rio?
- Até onde você vai?
- Quero ir até o Lago do Cuniã.
- Até lá é R$ 30,00, mas eu não entro no Lago.
- E como eu teria que fazer se pegasse esse barco, iria nadando pelo Lago?
- Se você nadar no Lago você morre na hora como comida de jacarés.
- Tem jacaré? Então como eu faço para chegar lá?
- Este barco te deixa na entrada do Lago de lá você tem que pegar uma voadeira (eu com cara de?) e ir.
- Tá tudo bem, acho que não vou não.
- Fala ali com o Vilson... Aquele de camiseta azul, ele entra no Lago.
- Ok, muito obrigada.

- Então a moça disse que vocês entram no Lago do Cuniã, quanto é a passagem até lá?
- R$ 30,00.
- E que horas você saí daqui?
- Onze horas da manhã.
- Hoje?
- Não amanhã.
- Humn, mas você entra no lago e passa pelos jacarés e me deixa em um local onde os jacarés não vão subir?
- É a sua primeira vez? (DETALHE: Ele estava rindo E DE MIM.).
- Sim.
- Então a gente não entra no Lago, mas eu te deixo no flutuante, é uma casinha onde tem uns guardas que moram lá no Lago, nós vamos passar no Lago as cinco e você espera pelo pessoal que sai as seis, aí eles te dão carona e te levam até o Lago.
- Mas e se eles não derem carona, como eu faço para chegar?
- Eles dão sim, são todos gente boa e outra eles estarão indo mesmo para o Lago que é a casa deles, então não custa nada para eles.

Ele deu tanta certeza que acabei negociando com ele, preço da ida e volta e outras informações. Combinei que no dia seguinte antes das onze eu estaria ali.


NO DIA SEGUINTE:
Entrei no barco, procurei por uma cadeira e me acomodei (eu e minhas duas mochilas estupendamente cheias), pensava o tempo todo qual seria a reação dela (que afinal, toda essa minha correria de entrar em um barco e descer o Rio era para vê-la), algumas horas eu ficava encantada com a ideia, outras vezes com medo da reação.

E a viagem foi transcorrendo tranquilamente, conversei com alguns passageiros, com o comandante, tinha um americano no barco que falava português que eu conversei; com um senhor bem educado que depois de um tempo deitou na rede e dormiu a viagem inteira, a propósito a rede... Não sabia que eu teria que levar rede e o rapaz não me falou nada, o fato é: "Sem rede na viagem, sem descanso". Minha sorte foi que consegui uma cadeira de plástico que me serviu otimamente bem.

E no meio da conversa com o senhor americano, um rapaz veio até mim e disse:
- É você que vai descer no Cuniã?
- Sim.
- Então vem que já estamos chegando.

Despedi-me das pessoas que eu estava conversando e fui (vencer mais um obstáculo do medo), eu tinha que passar do barco para a voadeira em movimento. Mas felizmente, o fiz muito bem feito. Então veio a casinha flutuante. Lá, conheci a Neide, segurança na parte da manhã da casinha flutuante, então eu contei toda a história para ela e no final ela perguntou:

- Mas ele falou mesmo que teria pessoas indo para o Lago? É muito longe daqui até o lago e não tem ninguém assim que vai para lá todos os dias que sai daqui.
- Ele falou que tinha pessoas do Lago que trabalhavam para cá e às seis horas essas pessoas iam para casa de Rabeta e então eu poderia pegar carona com um deles e chegar até o Lago.
- Ih moça, ele te enganou, não tem ninguém e agora estão todos no Lago esse horário.
- E agora, o que você sugere que eu faça então? Preciso chegar ainda hoje no Lago.
- Bom espera aí e vai tentando com quem passar se eles te levam até lá, mas por trinta reais eu acho meio difícil. A menos que você ligue para sua amiga e converse com ela para ela mandar alguém aqui te buscar.
- E onde tem telefone?
- O mais perto daqui fica na próxima comunidade, Nazaré.
- Mas como eu chego lá?
- Você pode ir cortando pelo meio do mato, meia hora de caminhada, mas se você não conhece não é bom, você vai se perder no mato.
- Desisto do telefone (e qual era minha outra alternativa? No momento, não tinha!).

E lá fiquei eu, esperando e esperando... Claro, para minha maior alegria não passou nenhum viajante sobre as águas em uma canoa com motor que quisesse me levar lá, pois todos diziam que é muito longe. E no perder das esperanças ela:

- Amanhã tem um grande festejo lá e terá barcos grandes, várias voadeiras e rabetinhas entrando no Lago aí você pega carona com qualquer um deles e chega até o lago, por hoje você vai comigo para minha casa e volta comigo às cinco da manhã quando venho trabalhar.
- Tudo bem.

Meia hora depois eu já desesperada que não ia mesmo chegar lá naquele mesmo dia e que teria que ir dormir na casa de uma pessoa que eu nunca tinha visto, mas ela estava sendo generosa comigo, pois poderia me deixar passar a noite na casinha flutuante e dormir sentada. Então veio um monte de crianças em uma Rabeta dirigindo (pilotando) sozinhos e ela falou para eu falar com eles se eles me levavam ao Lago, mas então ela viu que o rapaz mais velho não estava e os meninos ficaram de trazer este tal rapaz.

O primo dela chegou para ficar de segurança no turno da noite e ela começou a se arrumar para ir e o tal rapaz chegou com os meninos de novo.

- Você que quer ir até o Lago do Cuniã?
- Sim, eu mesma.
- Lá é bem longe viu.
- Quanto você cobra para me levar até lá?
- Lá dá em torno de uns oitenta reais, são nove litros de gasolina e a gasolina está três reais o litro.
- Então, só que eu só tenho trinta reais. O dono do barco mentiu para mim e eu acabei nem trazendo tanto dinheiro e agora só me restam esses trinta reais.
- Por trinta reais não dá não senhora.
- Então me desculpe, mas é só esse dinheiro que eu tenho.

Ele virou as costas e foi embora e com ele foi minha última esperança de ir até o lago. A Neide me chamou para ir pra casa dela, eu fui. Chegando lá o Padre já estava preparado para celebrar a missa na comunidade e ela me perguntou:

- Você vai rezar com a gente ou quer ficar aqui?
- Não, eu vou com vocês.
- Vou só trocar o uniforme. - ela disse.

E um dos menininhos que estavam com o rapaz que não quis me levar veio até ali e gritou:
- Ele vai levar a senhora lá, espera a gente lá embaixo.
- Então é sua sorte, você vai chegar ainda hoje.

Despedi-me dela e fui em direção onde o menino disse para eu esperar. Novamente a esperança voltou, eu iria chegar ao mesmo dia. Mesmo ele tendo falado longe eu ainda tinha na cabeça a fala do mentiroso dono do barco que disse que era uma hora de rabetinha e eu chegava ao Lago, então eu achava que o longe fosse isso, uma hora. Enganei-me e muito.

Eu já tinha entrado no Igarapé do Lago do Cuniã e em uma hora e meia, ainda não tinha visto nenhum jacaré, já estava começando a desacreditar nessa história de lago dos jacarés também.

Depois que encontrei com o menino reparei que na canoa eram os dois gurizinhos que estavam sozinhos, sem o primo deles o adulto. E pensei: “será que eles que vão me levar lá e sozinhos?”. Mas eles pararam na casa deles que ficava uns cinco minutos indo pelo rio depois da casinha flutuante. E começou a entrar gente, uma mulher, duas crianças com menos de cinco anos, uma menina com uns sete / oito anos os dois meninos que já estavam na canoa e o rapaz primo dele.

A primeira a descer foi à menina de sete / oito anos, ela desceu em um casa uns vinte minutos pelo Lago abaixo. Na verdade, a meus olhos ela desceu no meio do mato, mas eles afirmaram que ela morava ali, que ela só iria subir e atravessar um pouco a mata e já chegaria a casa. Bom, com certeza a menina também sabia disso que era ali mesmo o local no Lago mais perto da casa dela, eu fiquei receosa com isso. Mas a viagem continuou.

Já tinha algumas horas que eu não comia nada e o estômago começou a reclamar. Sentia fome, mas o que eu pegaria para comer se tudo o que eu estava levando tinha que ser feito (arroz, feijão, carne...), lembrei que tinha um saco de uvas. Peguei o saco e claro que eu não comeria sozinha, dei uvas para as duas crianças e para a moça (mãe das meninas) e entreguei o saco de uvas para os meninos e todos se fartaram de tanta uva. E ele falou:

- É muito longe mesmo, eu só estou levando a senhora para não ficar com fama ruim no igarapé, mas a senhora vai ver como é longe.

Lembrei então do pacote de bolacha recheada que tinha na bolsa, peguei um e os meninos NNUNCA tinham comido aquilo. O mais velho disse que já tinha visto, mas o menino mais novo e as duas criancinhas nunca nem viram. Fiquei assim "como não conhecem?", dividi o pacote com eles e antes de sair da (tal da) Rabeta, deixei os outros dois pacotes lá. Lembro da menininha separando os dois lados da bolacha e falando sorrindo com o dedinho no recheio e segurando as duas partes da bolacha com  a outra mão:
- Ola (acho que ela quis dizer 'olha') mãe é cololido!

Eu não falava nada, só ouvia. E a moça começou a puxar assunto comigo. Seu nome, Isabel, a menina mais nova Maria e a outra Eduarda. Ela era esposa do rapaz e os dois meninos eram primos dele e moravam todos juntos. Ela estava indo porque ela nunca tinha ido ao Lago do Cuniã e disseram que era muito lindo e ela queria conhecer, mas ela não iria ficar no Lago como eu pensei antes.

- Mas e os jacarés? Tem muitos mesmo?
- Sim tem muitos.
- Mas não pode mata-los se são tantos assim?
- Antigamente não podia não, mas eles eram tantos que começaram a atacar as crianças e várias crianças
morrendo aí o IBAMA permitiu matar os jacarés, mas tem uma época do ano que eles podem ser mortos e lá no Lago eles vendem a carne e o couro de Jacaré através de uma cooperativa que foi montada lá.
- Interessante, então a morte dos jacarés só foi possível porque eles estavam atacando crianças e hoje eles morrem para ser vendido carne e couro?
- É assim mesmo.

A conversa com a moça durou aí nossa longa jornada, com exceção dos minutos em que ela tentou fazer a bebê dormir... Ela ficou enjoadinha e chorou muito até conseguir pegar no sono. As uvas tinham acabado; a água estava quase à zero, eu estava começando a sentir frio e fome, estava começando a sentir o cansaço da longa jornada até ali, mas me recusa de olhar no relógio. A última vez que eu tinha olhado foi às 18h15min quando entrei na rabeta com os dois meninos antes deles pararem próxima a casa deles. E o rapaz, a moça e as crianças entrarem na lancha.

Eu sabia que muito tempo havia passado então o rapaz (que tento de todas as formas lembrar o nome e não
consigo) falou:

- É muito longe, eu falei para a senhora... A gente vai chegar lá no Lago por volta de Onze horas.
Eu pensei: “O quê? Onze horas da noite? E eu vou assim esse tempo todo? Quero voltar para minha casa!”.

- Onze horas?
- É... Eu to falando que é longe.
- A propósito, me chame de Alyne, por favor.

E o assunto encerrou. A curiosidade não me conteve e eu peguei o celular... E no display marcava – 19:45 – Em pensar que nós estávamos a uma hora e quinze minutos na rabeta eu já estava cansada e ainda teria pela frente mais três horas e quinze minutos aproximadamente.

E começaram os tais “furos” na mata. O rapaz que estava com uma lanterna que tinha um foco bem fraco foi o caminho todo em pé, ele era o “guia”, e ficava apontando com o faixo de luz da lanterna a direção que o Matheus (menino que estava pilotando a rabeta) deveria seguir e virar. O outro menino que eu também não lembro o nome, às vezes ia lá pra frente da rabeta para ver se tinha mesmo o furo, para tirar com o remo algum galho ou para remar para voltar pra trás com a canoa quando entrávamos em um “furo” que não existia. (O “furo” na mata são uns espaços que as pessoas cortam as árvores deixando uma pequena brecha para pequenas rabetinhas passarem e assim cortar o caminho).

Após o segundo “furo” o rapaz falou:

- Tá vendo lá na frente? É jacaré...

Eu olhei (curiosa, claro) e vi... Os olhos amarelos pareciam tochas de fogo amarelas, grandes e com um risco preto bem no meio (que só dava para ser visto dos olhos mais próximos a rabeta)... Estavam longe e perto e então eu descobri o porquê todos falavam que era o Lago dos Jacarés... Toda vez que nós passávamos perto de um jacaré (entenda perto como: “O jacaré próximo à margem e a Rabeta no meio do Lago”), o rapaz mirava a lanterna no olho do bicho e fazia um barulho bem alto, um som parecido com PÁ! (acho que este som que ele fazia era o semelhante a uma arma de fogo, pois o jacaré; não sei se pela luz ou pelo barulho, afundava). E depois do primeiro par de olhos amarelos e brilhantes sob a água, vi muitos e muito mais que não tem nem como contar quantos...

A melhor parte de toda essa longa viagem foram as belezas que iam surgindo conforme a rabeta avançava... Vimos o por do sol, vi a escuridão deixar o Lago preto, vi as aves voando, provavelmente para seus ninhos. Foi realmente LINDO!



E assim continuou a viagem, ao som de PÁ!, a cada cinco minutos...

Depois que olhei a primeira vez o relógio, olhando de tempo em tempo. E a cada vez que eu olhava fazia as contas: “Faz oito horas que eu comi, preciso de comida de sal... Mas ainda tem muito tempo para chegar!”.

A Isabel perguntou:

- Você quer castanha?
- Castanha? Eu quero sim... Mas está quebrada?
- Não.
- Mas como quebrar aqui?
- Eu quebro no dente, você quer?
- Tá, eu quero sim...

E foi castanha até chegar ao Lago do Cuniã e ela QUEBROU mesmo as castanhas com o dente...

E de repente (MENTIRA, não foi de repente porque eu olhava o celular a cada cinco minutos) eram dez horas e trinta minutos. E ele disse que aquela luz era (e falou o nome da comunidade) era a última comunidade antes do Lago e que dali até o Lago era uma hora...

Eu pensei: “Mas espera aí, o horário de chegada não era às onze horas? E ele ainda está dizendo que depois da luz tem uma hora ainda de viagem... Não chego lá hoje... Quero voltar para casa!”.

Eu já tinha até parado de olhar os olhos dos jacarés, de repente um bicho que assustou até o rapaz... Ele estava no meio do Lago e não próximo à margem como os outros... E também, não estava virado em nossa direção, estava de costas... Levando em consideração a escuridão total que estava, nós não vimos o bicho... E quando a Rabeta chegou bem perto, o bicho virou com tudo... Foi tudo tão rápido que aconteceu, em uma hora estávamos navegando numa boa, na outra hora o rapaz estava gritando:

- Todo mundo pro lado de lá!

Foi por um triz que aquela rabetinha não virou conosco... E se virasse, com certeza, eu não estaria aqui para contar a história, pois como todos disseram: “Tem muitos jacarés se você cair na água eles comem você!” E eu não queria pagar para ver se é mesmo verdade.

Depois desse incidente a viagem transcorreu bem, sem mais nada... Tudo voltou ao normal... E eu, voltei a olhar para o Lago ver os olhos dos bichos, para não ser surpreendida por outro tão perto assim da rabeta...


ONZE HORAS E TRINTA MINUTOS:
- Chegamos! Onde que é dona?
- Eu só sei que é perto da escola moço.
- Mas eu não sei onde é a escola não.
- Eu também não... Nunca vim aqui. Você não pode parar em qualquer lugar e desço e procuro pela escola?

O Matheus entrou na conversa: - É lá embaixo o porto da escola, fica lá naquela escada que o tio mostrou para gente lá no fundão.

- Mas a escada é lá no final... Você tem certeza Matheus?
- Tenho sim. O tio trouxe a gente aqui outro dia e mostrou a escada.


MAIS DEZ MINUTOS NO LAGO ATÉ CHEGAR À ESCADA:
- Então é aqui.
- Muito obrigada!

Depois que eu paguei para ele o valor combinado de trinta reais, eu pensei: “é, se eu tivesse mais dinheiro até que eu pagaria, porque é realmente MUITO longe, mas infelizmente não tenho.”.

A Isabel falou:

- Quando você for embora, passa lá em casa para pegar castanha... É a última casa antes de sair do Lago.
- Ok! Se der eu passo sim. Tchau para vocês e bom retorno.
- Tchau!

Eu desci da Rabeta e quase que pisei na água... Tive que dar um pulo maior que pulo de gato... A escada tinha bem uns 40 degraus... Parecia uma eternidade de escada... Estava escuro, eu estava sozinha e com medo (sim, o medo bateu).

O guarda provavelmente deve ter visto que uma rabeta parou ali, pois assim que terminei de subir a escada, que cheguei lá em cima, tinha um guarda parado bem próximo dali olhando para mim.

- Boa noite. Eu estou procurando a professora de história.
- Aquela professora baixinha?
- Sim, ela mesma.
- Vem cá.

Ele foi em direção a uma casa (ou seria a escola?), e falou:

- Ela está aqui na escola, você veio para o festejo?
- Não... Si... Acho que sim (eu não sabia de festejo nenhum até chegar no flutuante, mas melhor ele achar que eu tinha vindo para o festejo sim).
- Amanhã vai ter festa aqui na comunidade.

Chegamos a uma das portas, ele bateu tão forte na porta que eu achei que a porta fosse cair... Alguém atendeu:

- Tem uma menina querendo falar com a professora.

Pareceu uma eternidade até finalmente ela aparecer, nesses segundos (que acho que na verdade, foram minutos, olhei no relógio e eram 23 horas e 50 minutos).

A Bia saiu da sala, mas o segurança ainda estava bloqueando o meu campo de visão (e o dela). Apesar de tudo, depois de vários convites e tudo mais, eu tinha CERTEZA de que ela não imaginaria eu aparecendo lá de repente, mas depois, chegando lá, a viagem não pareceu mais TÃO estranha.

- Como?
- Não era bem assim que eu esperava a recepção.
- Sim, mas eu estou feliz. Mas como você está aqui? Como você chegou aqui?
- Eu preciso de um banho e banheiro, depois eu conto tudo.

Depois de banho tomado e barriga cheia, fomos deitar, conversando e cochichando para não acordar o outro professor que eu não quis conhecer até o momento.

A manhã chegou tão rápida que parece que mal eu deitei e já tinha amanhecido. Levantamos e fomos até a cozinha e então, ela me apresentou ao outro professor. Ricardo, até que é legal... Mas é MUITO estranho!

Três dias depois e eu já tinha enjoado de tudo aquilo, as aulas retornaram na Segunda e eu não tinha nada para fazer... Passava a manhã conversando com ela ou o Ricardo e a tarde, ficava trancada no quarto. Diversas vezes os alunos que não estavam em aulas ficavam espionando na janela... Era chato e meio constrangedor, mas eu não falava nada.

Eu tinha perdido o barco e o próximo só voltaria para a cidade na quinta-feira, ou seja, eu teria que ficar até quinta, sem choro nem vela... Que eu ODEIO (não gosto mesmo) de formatar computadores isso é fato e todos que me conhecem sabem, mas três dias lá e eu já estava me sentindo entediada! A viagem em si, acho que foi MUITO mais divertida e mais EMOCIONANTE do que ficar lá. Conversando com a diretora da escola, ela perguntou o que eu fazia, não me lembro de ter falado que eu formatava PC's,mas sabe né, se você fala eu trabalho com programação / com redes (ou QUALQUER coisa que seja na área de informática, TODOS sem exceção, já falam: 'formata meu pc?').

Na Terça eu arrumei uma ocupação para minhas tardes, fui formatar o computador da diretora (ainda Win XP), ela reclamou que o computador, você clicava para abrir a internet e ele demorava meia hora para abrir as páginas... Resumindo, fiz o melhor que pude com os recursos disponíveis ali e consegui deixar o pc 'novo' de novo.

Ela gostou tanto do que tinha feito no PC dela que perguntou se eu não arrumava da sala da secretária e da coordenadora tbm... Eu fui né, e de repente, tinham NADA menos do que uma sala com 7 computadores parados, claro que não formatei todos eles, mas fiz uma varredura de vírus, limpei, organizei algumas coisas, deletei outras tantas e os pcs, ficaram menos mais usuais.

Nos dias seguintes o ócio foi meu companheiro. Eu já tinha conhecido o Lago, já tinha visto os jacarés (de noite e de dia), já tinha andado na comunidade, tinha feito uma boa ação com os computadores da diretora... Agora eu queria ir embora. Aquilo tudo já estava me cansando. Sem falar a falta de tecnologia sem internet (só tinha internet na sala / mesa da diretora), sem telefone, sem celular, sem TV (e olha que nem gosto muito de TV), sou muito urbana e estava sentindo falta da modernidade. Muito mato, muita água em um lugar só... Mas o principal, MUITO jacaré, não podia chegar muito perto do lago que tinha jacarés a vista o tempo todo!!


E CHEGOU SÁBADO:
Ela já havia desistido que o Pedro (piloto da voadeira viesse no sábado), quando de repente, um rapaz entra no quarto e diz que é da polícia (era o outro professor, o que ficaria ali os próximos 15 dias). Tudo muito rápido; tomei um banho, arrumei as roupas na mochila, pegamos as coisas e fomos para a voadeira.

A viagem na voadeira é bem mais rápida que na rabeta (por isso o nome) parece que a lancha voa pelas águas... É uma sensação incrível, impossível até de descrever aqui, sei que foi delicioso. O vento batendo no rosto, a água fazendo ondas... Foi maravilhoso!

Tinha outro professor que ia ficar em outra comunidade. Nós saímos de Lago do Cuniã, iríamos para Demarcação deixar o professor que estava conosco e pegar os outros dois que estavam lá, de lá iríamos para o núcleo de Calama onde passaríamos a noite e pela manhã subiríamos o rio até Porto Velho.

A viagem foi longa, não teve como não pensar “quanto tempo será que levaria essa viagem toda de rabeta? Não quero nem pensar!”. Ao chegarmos em Demarcação eu desci um pouco... Ir ao banheiro, esticar as pernas... Mas não demoramos muito, pois tínhamos que ir até o núcleo de Calama e já estava anoitecendo.

Como não marquei a hora exata que saímos do Lago, não sei quanto tempo levamos ao todo no caminho. Só sei que chegamos ao distrito de Calama às 17 horas e 55 minutos. Depois de verificarmos onde iríamos ficar e tudo mais... E de arrumar onde iríamos dormir, depois do banho... Fomos comer e ver uns filmes...

Foi uma noite agradável, ar condicionado, fresquinho... Tudo muito bom. De manhã, fomos as primeiras a levantar... Tomamos banho, fizemos café da manhã e não demorou muito os rapazes levantaram. E às sete horas e trinta minutos entramos todos na voadeira (Agora éramos: Eu, a Bia, mais três professores e o piloto).

- Ops, cadê o Ricardo? – eu perguntei para Bia, mas ela perguntou para os outros dois professores.

- Ele disse que está cansado e não aguenta ir de voadeira... 
- Ele é louco? O barco vai sair daqui só onze horas. Eu sei que o barco passa no Lago do Cuniã às quatro horas da tarde, o piloto que falou porque eu ia voltar de barco. – eu falei.
- Ele vai chegar a Porto Velho por volta de dez da noite.
- Que nada, ele vai chegar uma da madrugada. – disse o piloto.

Passaram-se algumas horas e ele parou em São Carlos. Descemos todos e comemos mexido de ovos... Os professores comeram também Açaí. Depois dessa parada a próxima seria: Porto Velho.


MAIS ALGUMAS HORAS DEPOIS:
Chegamos... Tivemos que descer em um barranco, não tinha nem uma escada como nas comunidades ribeirinhas... Enfiei o pé na lama (literalmente) depois, pegamos carona com um dos professores e ele fez a gentileza de nos deixar na porta de casa.

E assim; termina minha grande, divertida, por vezes ociosa, cansativa e misteriosa viagem ao Lago dos Jacarés.


=D


Sobre as descobertas de um passeio de barco, no Lago dos Jacarés.
Rondônia, PR.