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Éh!! A vida muda... E muda mesmo!!

Depois de um tempo você percebe que tudo muda, as coisas ao seu redor mudaram e você não se eu conta.

Lembro quando eu me apaixonei por você, eram flores e risos...


Eu chegava em casa e você me esperava com um sorriso nos lábios, queria saber como tinha sido o meu dia e como eu tinha resolvido aquele problema do dia anterior que tinha me deixado com dor de cabeça. E eu contava para você, eu ria muitas vezes das caretas que você fazia quando algo estranho tinha acontecido.

E depois, de nossa conversa, eu falava e você também... Eu ia tomar meu banho, relaxar um pouco o corpo. Algumas vezes você entrava comigo e ficávamos lá, as vezes conversando, rindo, outras vezes uma fazendo massagem na outra e ainda é claro, às vezes como qualquer casal, fazíamos amor. Esquecíamos a hora ali nós duas daquela forma.

Os dias marcados pelos compromissos, mas as noites, eram nossas, só eu e você...

Mas as coisas mudam, né!?

(...)

Eu menti para muitos quando disse que não tinha reparado em você. Porque no momento em que você sorriu (claro que não foi para mim, não nos conhecíamos), mas no momento exato em que você sorriu, eu me apaixonei... Mas eu sabia é claro, você era a mais 'requisitada', todas queriam que você fosse nas festas, todas queriam a sua companhia, todas queriam um mínimo segundo de sua atenção.

E você, por ser 'popular', amiga, carismática geralmente aceitava aos convites...

E foi no meio de tudo isso que um dia, em ma festa (eu iria dizer qualquer, mas nunca foi qualquer), em uma destas festas que eu a vi pela primeira vez. Sabia que você era amiga de uma amiga e estava ali porque a dona da festa tinha lhe convidado, como eu também sabia (porque minha amiga havia dito) que a dona da festa estava investindo em (como ela mesma disse) "uma relação sólida e duradoura com você".

Engraçado como são as pessoas, não é?! Eu nunca imaginei que ali, naquele lugar, naquela festa, eu encontraria a pessoa que me deixaria completa e indubitavelmente apaixonada. Mas você estava lá...

No fim da noite, tínhamos trocado algumas poucas palavras, estávamos na mesma mesa (a da aniversariante, risos "irônico não?!"). Não falamos diretamente eu e você em nenhum momento naquela noite, o que fez com que algumas das pessoas presente naquela festa, durante um longo tempo mexessem conosco, por termos ficado juntas.

(...)

Foi em um encontro casual, nada programado. Um dia cansativo, exaustivo na verdade... Muita coisa para fazer, pouco tempo para entregar, foi tudo muito puxado, como diz o pessoal 'arrancou nosso couro', mas felizmente, depois de longos 25 dias, conseguimos entregar o produto e com tudo pronto, todo mundo feliz, só restava a todos uma saidinha básica para comemorar.

Ali, rindo e conversando com o pessoal do serviço, uns tirando sarro dos outros eu a vi, como sempre a via nas festas, sozinha em um canto, mas desta vez, você estava lendo, pela distância e as pessoas a minha frente, eu não conseguia ver o nome do autor. Soube depois, mais tarde naquele mesmo dia que era Caio Fernando de Abreu.

A conversa se tornou automática, eu não conseguia me desligar daquele canto em que você estava, presa em seu próprio mundo. Sem se importar com as pessoas ao seu redor, sem se importar com o barulho, gritarias... Você estava em um mundo (parecia) impossível de alcançar.

Com todos indo embora, se despedindo para iniciarem um longo e merecido feirado prolongado, fomos nos despedindo, parte da equipe organizaram uma viagem para um lugar quente, outros iam aproveitar a neve para esportes radicais, uma semana antes, no trabalho, rodaram varias listas de possíveis roteiros em grupo, muitos saíram juntos, poucos levariam esposas / maridos. De todas as listas, não quis assinar meu nome em nenhuma delas, estava mais querendo descansar mesmo, sem agitos, sem festas, sem bagunça... Até mesmo as meninas haviam programado uma festa no feriado, mas eu recusei o convite dizendo que desta vez ficaria na cidade.

Todos foram embora, cada um para seus devidos programas e eu fiquei ali, observando-a de longe, não sei se eu olhar fez com que você percebesse (ou sentisse) o fato é que você ergueu os olhos e me viu... E sorriu (novamente) eu ainda não sabia (ou sabia e não queria aceitar), mas eu estava realmente apaixonada por você.

Alguns minutos depois, você se sentava na mesma em que eu estava, eu havia pedido uma bebida quente, o frio naqueles dias estava quase insuportável. Você chegou perto e sorriu perguntando se podia se sentar comigo. Acho que eu fiz aquela cara de abobada e respondi que sim...

É literalmente as coisas mudam mesmo...

(...)

Hoje, pensando bem, acho que eu não teria ido até sua mesa, não teria levantado dali e consequentemente não teria vivido tudo o que vivi ao teu lado. (ou teria) Será que teríamos outra (s) oportunidade (s) de nos encontrarmos?

Quem pergunta: "Mas como foi? ... Como aconteceu?" eu costumo responder que naquela noite teu sorriso me fez companhia, que eu esqueci até o frio... Conversamos sobre muitas coisas, inclusive sobre as festas, as amigas em comum que tínhamos. Até sobre especialidades culinárias nós conversamos e foi nesse momento quando eu disse:

- Vou fazer lasanha de berinjela (sim, eu adoro o prato). Você disse:
- Adoro lasanha ainda mais de berinjela.

É claro que fiz o convite para que fosse almoçar comigo, disse onde morava mas não levei muito à sério que você iria, acho que fiz o convite por educação mesmo (claro que eu queria que você fosse).

No final da noite, quando nos despedimos, em um pedaço de guardanapo eu anotei meu telefone e disse:

- Se quiser provar a lasanha de berinjela venha a minha casa por volta das 12hs. Dei beijo em teu rosto e sai.

(...)

Lembro do dia seguinte, eu na cozinha preparando o prato, tinha ate me esquecido de que tinha feito o convite para você, acho que para não me decepcionar ou algo do tipo. Por volta das 11hs, meu telefone tocou um número desconhecido, atendi logo no segundo toque e ouvi tua voz do outro lado.

- O convite ainda está de pé? Você disse a região que mora, mas não passou o endereço, então eu não sabia se era ou não verdade!
- Não, está sim... (foi meio que gaguejando que eu respondi).

Passei o endereço, subi correndo para tomar banho (ficar mais apresentável), voltei para a cozinha e o prato sairia no horário previsto. Não demorou muito para que você chegasse após a ligação, abri o portão e sorte que pode deixar o carro na garagem pois estava uma chuva forte (ainda bem que a casa tinha duas vagas na garagem, foi tudo o que pensei).

É realmente, as coisas mudaram... E muito!!

(...)

O texto ficaria gigante se eu contasse como foi aquele dia, mas me lembro de cada detalhe... Lembro de você ajudando na cozinha lembro do vinho que bebemos, o filme. E o principal, o seu sorriso quando me olhava.


(...)

Pareceu certo, tão certo quanto 'arroz e feijão' nós ficarmos juntas. As pessoas estranharam, mas com o tempo, passaram a nos ver como um casal. Você me fazia bem então eu só retribuía o bem que tu me fazia de volta à você.

Não tinha briga, resolvíamos tudo com conversa... Sentávamos e conversávamos.

Dois anos depois (o tempo passou como se eu tivesse estalado os dedos), mas eu me lembrava (e me lembro de cada segundo bom que tive ao teu lado naqueles dois anos)... E foi em uma conversa que resolvemos nosso futuro. Você recebeu uma proposta melhor, teria que se mudar, não era longe, mas não mais poderia morar onde estava, se aceitasse a proposta teria que mudar de cidade.

Você chegou e disse, eu apenas ouvi... Eu percebi, você estava dividida entre aceitar ou não, queria ir mas não queria terminar. E sabia que eu não poderia ir, tinha um emprego bom e estável. Eu já tinha minha casa. Mas eu percebi como aquilo era importante para você... Deixei que falasse.

- Amor emprego tem onde a pessoa estiver bem e feliz. E você me faz as duas coisas, você me faz bem e feliz, aqui você sempre vai pensar "e se eu tivesse ido...", e eu sempre vou pensar "e se nós estivéssemos ido". A questão agora é: "vamos juntas ou você vai antes, eu vou depois?".

Casa nova, emprego novo, vida nova... Tivemos a despedida, as amigas disseram para voltarmos para visitá-las, o pessoal do meu antigo emprego fez uma festa surpresa no último dia. Estávamos bem, fomos morar juntas (o que não seria nenhuma novidade) tendo em vista que no último ano, passávamos as noites alternadas ora na minha casa, ora na sua. E agora, a casa era uma só e nossa.

E as coisas mudaram... E nós acompanhamos a mudança daquela vez.

(...)

E agora, eu me pego pensando, qual foi a parte que a vida mudou tanto que eu não percebi?!

(...)

Recapitulando, nós nos mudamos, nossa casa. Uma noite você chegou eufórica dizendo que tudo estava melhor que o planejado. Você insistiu para comermos fora, mas eu não queria sair, não aquela noite. Minha cabeça estava doendo. E você resolveu fazer janta naquela noite. Eu prontamente fui te ajudar, mesmo você dizendo para que eu ficasse no sofá para que a dor passasse.

Enquanto eu estava ralando a cenoura e você cuidando a carne para não queimar que estava fritando, você me olhou e disse:

- Quer se casar comigo?

Foi algo tão repentino, eu cortei o dedo... Rimos nós duas depois daquela cena.

E casamos, tivemos o casamento como havíamos planejado / sonhado! Foi lindo...

E mais mudanças... E novamente, juntas nós acompanhamos as mudanças...

(...)

Me pego pensando em tudo o que aconteceu, o tempo que passou, se de alguma forma em algum ponto, fizemos alguma escolha errada, se teve algum ponto que erramos...

Acordada aqui, esta hora da noite... Me pego pensando no "sim", nos teus risos e na 'nossa história que aconteceu'... O álbum de fotos cheio das nossas histórias.

(...)

Literalmente, o mundo muda... As coisas mudam, as pessoas então, nem se fala mudam muito!!

No início éramos nós duas, só nós duas e eu resolvi engravidar. Todo o apoio que você me deu, nossa família se multiplicava... E ele veio para encher a casa com o riso solto, os gritinhos no meio do dia, seus primeiros passos. E quando ele chorava, as duas (NÓS DUAS) chorávamos juntas.

Ele já sabia andar / na verdade ele corria muito... E o vocabulário era extenso para uma criança de três anos. E foi quando ele pediu um irmãozinho. Ele disse que queria um bebê em casa, que ele via os amiguinhos dele que eram irmãos mais velhos e ele queria ser um também.

Desta vez, foi você quem engravidou... E maior foi a surpresa, três bebês... Como assim, TRÊS BEBÊS!!

Contamos para o nosso homenzinho e ele ficou todo faceiro e se achando o super irmão mais velho) porque teria três menininhas, mas não foi bem assim... E tivemos dois meninos e uma menina, lindos todos. Mas ela, ah nossa menininha... A mais manhosa (se parecia muito com você, claro).

Tivemos que nos mudar, as crianças cresciam e nossa pequena ainda dividia o quarto com os irmãos. Com uma casa maior (e mais uma mudança), nossa menina ganhou um quarto só para ela. E como tinha uma diferença de idade entre os meninos, o mais velho continuou sozinho e outros dois dividiram o mesmo quarto...

(...)

Agora eu penso, como foi que cheguei aqui, nesse momento de estar acordada sozinha neste horário da noite?!

(...)

Será que... Se eu mudaria alguma coisa?

(...)

Ah! Lembrei... Não, não mudaria e como cheguei aqui? Viagem de trabalho tem dessas coisas, você se separa da família, mas volta... E três dias, já são mais do que o suficiente.

Espere que logo, logo estou em casa! Meus filhos, minha linda e amada esposa... Agora, preciso ir, o avião que me levará para casa, para junto de vocês está para chegar e não quero correr sequer o risco de perde-lo.

(...)

~ E essa é a história da minha vida...
Meu coração é dividido e vive em seis partes diferentes!



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Mas, aí né!...

Você simplesmente acorda e pensa: "Cadê o avião?"

Olha para o dedo anelar e grita: "Cadê a P#%¢£&  da aliança que estava bem aqui?? Nesse dedo!!"





(...)





(...)

Ah! Foi tudo um sonho... (só mais um sonho!)